Acusado de matar enfermeira em Alagoinhas vai a júri popular esse mês

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fonte: Correio

Acusado de participar do assassinato da enfermeira Rosângela Gomes Costa, Lenildo Santos da Silva vai a júri popular pelo crime no dia 29 de julho. Outro acusado de matar Rosângela, Edvan Alves dos Santos, recorreu da decisão que autorizou seu julgamento popular, mas o recurso ainda não foi analisado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), de acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Ex-namorado de Rosângela, o servidor público Antônio Roberto Freitas Valverde Junior foi preso nesta quinta (18), em Alagoinhas, cidade onde ocorreu o crime. Ele é acusado pelo MP de ser mandante do feminicídio. Rosângela foi morta a facadas em 20 de abril de 2017 dentro de casa. Depois do crime, em maio, foi inaugurada a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) da cidade, que ganhou o nome de Rosângela como homenagem.

A denúncia do promotor de Justiça Gilber Santos de Oliveira afirma que Antônio prometeu R$ 1,5 mil para Edvan e Lenildo para que eles matassem a ex-namorada. A motivação do crime foi ciúmes. Em nota, o MP diz que a autoria intelectual do crime foi descoberta por investigação feita pelo MP e pela Polícia Federal, com novos documentos e informações obtidas após quebra de sigilo telefônico e de dados.

A prisão preventiva do servidor público foi determinada pelo juiz Almir Pereira de Jesus e realizada por policiais civis sob coordenação da delegada Amanda da Cruz Brito.

Crime

Em nota, a Polícia Civil afirmou que Rosângela e Antônio viviam um “um relacionamento conturbado, marcado pelos ciúmes e cobranças da parte do agressor”. O suspeito, que já tinha um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça, não resistiu à prisão. Não foi informado, no entanto, se o homem confessou o crime.

Por meio da sua assessoria de comunicação, a polícia acrescentou o valor pago pelo crime foi informado aos investigadores pelos próprios executores, que continuam presos à espera de julgamento.

O corpo de Rosângela foi encontrado no dia 21 de abril de 2017, num dos quartos da casa dela, no bairro do Barreiro. A vítima estava vendada e com os braços amarrados.

De acordo com a delegada Amanda Brito, Antônio Roberto, que é natural da cidade do Rio de Janeiro, mandou matar a namorada por considerar que ela não dava importância ao relacionamento e, supostamente, se relacionava com outras pessoas.

Investigações

À época, o titular da Delegacia de Alagoinhas, delegado Clélio Pimenta Bastos Filho, já havia desconfiado da versão que Edvan havia contado ao ser preso. Para o delegado, a cena do crime destoava do que é comum para um roubo seguido de morte.

“É difícil falar. Ela tinha os olhos vendados e a mordaça, o que são elementos a mais. Era uma intenção dele subjugar. A motivação vai ser esclarecida, pois ele pode ter iniciado tudo por um motivo e ter evoluído a outros. O comportamento é de uma pessoa que certamente estava perdida”, disse o delegado, em abril de 2017.

“Um dia após o crime, nossa equipe de inteligência localizou o telefone dela (Rosângela) na mão de um receptador. E foi ele quem disse quem havia subtraído o telefone”, completou o tenente coronel Jarbas Carvalho, do 4º Batalhão de Polícia Militar, também na época, sobre a prisão de Edvan.

A polícia já desconfiava que podia haver um mandante, mas não chegou a divulgar a informação. “Ainda vai ser investigada pela Polícia Civil a motivação. Ele pode ter sido o executor e ter um mandante. Havia dinheiro na casa e ele não levou, roubou só o celular”, chegou a afirmar o coronel.

Jantar após o crime

“Ele (Edvan) chegou a jantar na casa da mãe após sair da casa dela [Rosângela], agiu com tranquilidade. O que temos até aqui leva a crer que não foi só uma questão de droga. Talvez até denote uma premeditação”, considerou o delegado, no início das investigações.

Quanto à possibilidade de envolvimento afetivo entre a enfermeira e Edvan, o delegado informou que todas as possibilidades estão sendo consideradas. “É prematuro descartar qualquer coisa. Considerando a mordaça, que tem a intenção de subjugar a vítima, você entende que traços de sentimento, seja de amor ou de ódio, estão presentes”, salientou.

Ao identificar Edvan, a polícia realizou buscas na casa do suspeito e recolheu chinelos, facas, tesouras e outros objetos que podem estar relacionados ao crime. Todo o material passará por perícia. O delegado teve contato com a mãe de Edvan, que confirmou que viu o filho com alguns ferimentos leves no corpo. Edvan já havia sido preso por roubo em 2013.

Depois de prender Edvan, em 29 de abril de 2017, a polícia chegou ao outro suspeito, Lenildo Santos da Silva, detido em 10 de maio do mesmo ano. Foi o próprio depoimento de Edvan que levou a Lenildo. Na época, ele negou envolvimento no crime.

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